Skip to main content

O que aprendi investindo sozinho na Bolsa

Uma jornada que todo mundo deveria experimentar.

Diego Eis

Já faz uns anos que eu invisto. Mas como boa parte da população, minha carteira era basicamente composta por Renda Fixa, com exceção de alguma posição em FIA como o Alaska e AZ Quest, que já dão uma boa exposição na Bolsa.

Contudo, de um ano para cá, resolvi me aventurar em investir por conta própria na Bolsa e aplicar aquilo que eu já estava lendo durante muito tempo. Abaixo, seguem algumas dicas depois desse período de aprendizado. Minha carteira começou a ficar estável e positiva de seis meses pra cá, que foi quando identifiquei que estava começando a entender bem os fundamentos e comecei a parar de experimentar e me fixar em uma estratégia especifica. Nos últimos 3 meses, me ajudou muito a assinatura de uma casa de análise, onde pago uma mensalidade de R$31 para ter acesso à relatórios, análises e carteiras recomendadas.

  1. Compre empresas que geram valor. Seja pro negócio, para o país ou para a sociedade;
  2. Preço não importa no longo prazo, mas importa no curto, por isso, aprenda a entrar certo. Não precisa ser uma ciência de foguete. Mas além dos rendimentos que você pode ter a mais com a valorização do papel, o efeito moral ajuda muito. Entrar num papel e já ver sua posição pintada de vermelho, dá um aperto no coração;
  3. Crie caixa para aproveitar oportunidades. Isso eu fui aprender mais pro final do processo. Há dias que seus papéis vão cair muito. Esses dias de queda são as oportunidades de compra. Se você não tem dinheiro separado, você perde oportunidade;
  4. Tem dias que é melhor não fazer nada. Tem dias que é melhor ficar quieto na sua do que ficar na fúria de querer aportar;
  5. Aporte regularmente. Isso é importante porque diminui risco de volatilidade e você tem uma progressão mais saudável do seu preço médio;
  6. Se você não sabe nada, embase suas decisões com especialistas. Eu pago assinatura da @SunoResearchcom, sigo uma série de pessoas no Twitter. Ouço bastante o StockPickers. Fiz um repositório de fontes importantes;
  7. Essa dica é do famoso Décio Bazin, do livro Faça Fortuna com Ações Antes que Seja Tarde: “Um papel tem que gerar dinheiro. Investir capital num papel que não gera capital equivale a comprar uma pintura, pregá-la na parede e esperar que se valorize ou que imediatamente apareça alguém que se interesse por comprá-la a preço maior.” Dividendos!
  8. Não tenha medo de errar no início. Separe uma pequena porcentagem do seu dinheiro para apostar e aprender como a coisa funciona. Quando o papel cair, procure informações para justificar essa queda. Para aprender a entrar certo, identificar boas empresas, entender como sair e etc, você vai precisar perder dinheiro. Esse é o custo do aprendizado.
  9. Procure ler sempre sobre os papéis que você tem em carteira. Eu vacilei porque não “percebi” que um dos FIIs da carteira estava em processo de desinvestimento. Foi um resultado de -R$2800. Era um papel que a Suno Research (casa de análise que tenho assinatura) não recomendava. Me desfiz do papel. Consegui renovar o lucro em 2 meses. Ainda bem.
  10. Esteja pronto pra ver tudo vermelho em dias ruins. Foque-se no longo prazo. Se você se foca no longo prazo e já está fazendo um acompanhamento organico das empresas que tem em carteira, você nem precisa ficar entrando todos os dias pra ver o status da carteira.
  11. Comece com pouco. Não importa o valor. Importa perder o receio, o medo, a falta de conhecimento... todos os dias você pode ler e aprender mais sobre as empresas que mais gosta e aí começar a investir devagar. Eu recomendo investir em ETFs. Depois, conforme você vai perdendo o medo inicial e começa a ler mais sobre as empresas de sua preferencia (sugiro que invista em empresas do ramo da sua profissão ou próximo disso), aí você pode começar a escolher empresas individuais para aportar;
  12. Não tenha uma centena de papéis. Não tem um número correto. Já vi gente com 2 papéis outros com 25. Eu prefiro ter o suficiente que eu consiga acompanhar no dia a dia de forma orgânica.
  13. Siga sua estratégia aconteça o que acontecer. Depois de um tempo, quanto mais conhecimento adquirido, você consegue formar uma linha de raciocínio e uma estratégia própria. Atenha-se a ela. Mudar de ideia muitas vezes é pedir pra negativar. Isso não quer dizer que você não possa adaptar sua estratégia ao cenário atual;
  14. Mas mesmo seguindo uma estratégia, tenha flexibilidade para mudar e se adaptar. Não se apegue aos papéis. Se apegue ao momento e ao objetivo final.
  15. Use ferramentas pra entender se você está indo bem. Eu uso as planilhas do Douglas Lombello e outros serviços que você pode ver aqui, fazendo uma gestão básica de portfolio no Yahoo! Finance e usando o Meus Dividendos para fazer um acompanhamento dos proventos a receber;
  16. Cuidado para não ter overload de informações. Seguir muitos investidores no twitter, ouvir podcasts, ler artigos, ouvir pessoas próximas pode influenciar negativamente suas decisões. Atenha-se à sua estratégia e absorva tudo o que pode ser benéfico para ela;

![Carteira de FIIs](/images/uploads/fiis.jpg Carteira de FIIs)

![Carteira de Ações e empresas de Valor](/images/uploads/acoes-dividendos.jpg Carteira de Ações e empresas de Valor)

![Andamento da carteira com o estrago que aquele maldito FII fez.](/images/uploads/screen-shot-2019-11-05-at-20.25.50.png Andamento da carteira com o estrago que aquele maldito FII fez.)

Lembrando que isso não é nenhum tipo de recomendação ou dica de ações. Servindo apenas para ilustrar minha posição em carteira e suas rentabilidades.