• Barbara Bastos
Atualizado em
Da esquerda para a direita: Solange Tieko, Andrea Lemos Britto e Valéria Shiozuka, fundadoras da Mon Âme (Foto: Divulgação)

Da esquerda para a direita: Solange Tieko, Andrea Lemos Britto e Valéria Shiozuka, fundadoras da Mon Âme (Foto: Divulgação)

Com filhos da mesma idade, Andrea Lemos Britto, Solange Tieko e Valéria Shiozuka se conheceram há cerca de 15 anos. As três empreendedoras tinham casa em um condomínio no litoral de São Paulo e a proximidade as tornou amigas. Daí nasceu a vontade de criar algo juntas, e a primeira tentativa de uma loja de roupas aconteceu em 2009.

O projeto não foi para a frente e elas só voltaram a falar sobre o tema em março deste ano. Foi assim que a Mon Âme, uma marca de roupas inclusivas, abriu as portas sete meses depois.

Quando decidiram empreender pela segunda vez, as sócias perceberam que era preciso fazer diferente. Por isso, começaram uma pesquisa de tendências para entender o rumo que o mercado estava tomando. Assim, perceberam dois fatores principais para as grandes marcas: presença online e atendimento personalizado.

O tíquete médio da marca é R$ 187 (Foto: Divulgação)

O tíquete médio da marca é R$ 187 (Foto: Divulgação)


Para tornar esse plano realidade, o trio investiu R$ 1,3 milhão e desenvolveu uma coleção totalmente diferente do que existe no mundo da moda. No total são 69 peças, em sua maioria monocromáticas, sem zíper ou botões e que vão do PP ao G+ (nomenclatura criada pela marca para descrever roupas maiores do que 42).

A ideia de ser totalmente inclusiva, não apenas em relação ao peso, mas também a deficiências, veio de uma dificuldade de Andrea. A empreendedora ficou doente e começou a ganhar peso, o que dificultou o acesso a roupas modernas como ela usava antes. “A maioria era com cara de roupa de senhora, eu não queria me sentir assim”, afirma.

Por isso, a empresa se propõe a atender também todas as idades, da garota de 18 anos à mulher de 80. A retirada dos botões e zíperes foi no sentido de ajudar mulheres com movimentos reduzidos ou de cadeira de rodas, por exemplo — além de permitir que a pessoa ganhe ou perca peso sem que a peça seja desperdiçada. “Atendemos pessoas que não são atendidas pelo mercado”, diz Andrea.

O faturamento deve chegar a R$ 650 mil em outubro de 2019 (Foto: Divulgação)

O faturamento deve chegar a R$ 650 mil em outubro de 2019 (Foto: Divulgação)


Toda a coleção foi lançada em outubro deste ano, sete meses depois do surgimento da ideia. Mas, o sucesso foi rápido, que em um ano deve chegar a um faturamento de R$ 650 mil. O tíquete médio é de R$ 187 e a peça mais cara custa R$ 550 - a marca quer manter seus valores abaixo do que é praticado pelo mercado.

Apesar de ter uma proposta única, a empresa encontra desafios, principalmente entre seu público com mais de 60 anos. As vendas são feitas apenas pelo e-commerce, o que dificulta o acesso dessas mulheres. Para resolver o problema, a empresa lançou um atendimento online que acompanha as clientes durante a compra no site. “Queremos quebrar todas as barreiras”, diz Andrea.