PROBLEMAS

Oracle: lambança na Nova Zelândia

06/09/2018 07:28

O projeto começou em 2012, já custou US$ 65,4 milhões e não entregou quase nada.

Nova Zelândia é conhecia por suas ovelhas e belas paisagens. Foto: Pixabay.

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Um projeto de implementação de tecnologias da Oracle no sistema de saúde da Nova Zelândia acabou numa grande lambança, com direito a orçamento e prazos estourados e uma auditoria externa - auditoria essa que acabou sofrendo ela mesma outra auditoria.

O projeto deveria substituir os sistemas legados da área de finanças e cadeia de suprimentos dos chamados "district health boards", um grupo de 20 organizações público-privadas independentes através das quais o governo da Nova Zelândia financia serviços de saúde.

O contrato, no entanto, é com o NZ Health Partnerships, uma organização controlada pelos district health boards que funciona como um centro de serviços compartilhados. Parece complicado.

O projeto começou em 2012, já custou US$ 65,4 milhões e não entregou quase nada, motivo pelo qual o Ministério da Saúde da Nova Zelândia decidiu parar tudo enquanto avalia o que fazer, segundo relata o New Zealand Herald.

No meio do caminho, o escopo já havia sido alterado para excluir a meta de serviços financeiros compartilhados. Mesmo assim, a implantação não cumpriu nenhum indicador de performance para o período 2016-2017.

Quando a NZ Health Partnerships pediu outros US$ 14 milhões em verbas extras para seguir o projeto, o governo decidiu parar tudo e contratar a Deloitte para fazer uma auditoria.

Mas os problemas não terminaram aí, porque a Deloitte é a dona da Asparona, uma empresa que já prestou serviços para a NZ Health Partnerships durante a implantação, o que poderia configurar conflito de interesse.

A Deloitte então trouxe consultores da vizinha Austrália para fazer a avaliação do projeto. Foi quando um órgão de auditoria do governo da Nova Zelândia auditou a auditoria. No final, o relatório da Deloitte foi aprovado. 

Ele diz que US$ 14 milhões é pouco para o que ainda precisa ser feito para implementar os sistemas.

Nesse momento, todos podemos suspirar de alívio por não estar tentando implementar um sistema da Oracle no sistema de saúde da Nova Zelândia.

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