(Foto: Tita Mara Teixeira/G1)
Um em cada quatro moradores de Cuiabá vive em áreas irregulares, segundo o levantamento Saneamento em Áreas Irregulares, do Instituto Trata Brasil. Os dados são referentes ao ano de 2014. De acordo com os números, 153 mil pessoas, o equivalente a 26,4% da população total da capital mato-grossense, vivem em 105 áreas irregulares.
Os dados foram calculados em relação à população estimada de Cuiabá para 2015, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que era de 580,4 mil habitantes. O estudo aponta que o fato dessas áreas estarem irregulares prejudica a oferta de serviços de água e esgoto para essa população.
Durante a pesquisa, a concessionária de água e esgoto da capital informou ao Instituto Trata Brasil que 65 dessas comunidades de Cuiabá são atendidas por rede regular de água, mas que 40 usam ligações clandestinas.
Sobre a coleta de esgoto, a concessionária disse que 14 comunidades contam com rede de coleta, três têm sistemas de esgoto condominial, e em 44 delas o lançamento dos esgotos é feito na natureza - fossas, córregos ou a céu aberto.
A pesquisa aponta que, entre os motivos para o entrave em relação ao oferecimento de saneamento básico para as pessoas que moram em áreas irregulares, estão a dificuldade de regularização fundiária, a manutenção de um cadastro atualizado por causa da rotatividade dos moradores, o pagamento dos serviços e a ausência de incentivos do Poder Público na ampliação da rede existente.
"A primeira coisa que tem que ser feita é a regularização fundiária, porque é difícil levar galerias de águas pluviais para um imóvel que legalmente não existe. O último levantamento aponta que aproximadamente 6 mil famílias moram em áreas de risco, que também são irregulares. Normalmente não tem nada de saneamento. E tem famílias que moram nesses lugares há 20, 30 anos", disse José Zanetti, coordenador da Defesa Civil de Cuiabá.
O fato de essas pessoas estarem perto de esgotos pode levar a população a ficar exposta a doenças como diarreias, hepatite A, problemas de pele, dengue, acúmulo de lixo e poluição a céu aberto, aponta a pesquisa.