24/08/2016 15h17 - Atualizado em 24/08/2016 15h53

Um em cada 4 moradores de Cuiabá vive em área irregular, diz pesquisa

Levantamento aponta desafio em levar saneamento básico a essas áreas.
Para a prefeitura, primeiro passo é providenciar regularização fundiária.

Do G1 MT

Enxurrada levou parte de muro e ameaça desabar casa na capital (Foto: Tita Mara Teixeira/G1)População que vive em área de risco na capital
(Foto: Tita Mara Teixeira/G1)

Um em cada quatro moradores de Cuiabá vive em áreas irregulares, segundo o levantamento Saneamento em Áreas Irregulares, do Instituto Trata Brasil. Os dados são referentes ao ano de 2014. De acordo com os números, 153 mil pessoas, o equivalente a 26,4% da população total da capital mato-grossense, vivem em 105 áreas irregulares.

Os dados foram calculados em relação à população estimada de Cuiabá para 2015, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que era de 580,4 mil habitantes. O estudo aponta que o fato dessas áreas estarem irregulares prejudica a oferta de serviços de água e esgoto para essa população.

Durante a pesquisa, a concessionária de água e esgoto da capital informou ao Instituto Trata Brasil que 65 dessas comunidades de Cuiabá são atendidas por rede regular de água, mas que 40 usam ligações clandestinas.

Sobre a coleta de esgoto, a concessionária disse que 14 comunidades contam com rede de coleta, três têm sistemas de esgoto condominial, e em 44 delas o lançamento dos esgotos é feito na natureza  - fossas, córregos ou a céu aberto.

A pesquisa aponta que, entre os motivos para o entrave em relação ao oferecimento de saneamento básico para as pessoas que moram em áreas irregulares, estão a dificuldade de regularização fundiária, a manutenção de um cadastro atualizado por causa da rotatividade dos moradores, o pagamento dos serviços e a ausência de incentivos do Poder Público na ampliação da rede existente.

"A primeira coisa que tem que ser feita é a regularização fundiária, porque é difícil levar galerias de águas pluviais para um imóvel que legalmente não existe. O último levantamento aponta que aproximadamente 6 mil famílias moram em áreas de risco, que também são irregulares. Normalmente não tem nada de saneamento. E tem famílias que moram nesses lugares há 20, 30 anos", disse José Zanetti, coordenador da Defesa Civil de Cuiabá.

O fato de essas pessoas estarem perto de esgotos pode levar a população a ficar exposta a doenças como diarreias, hepatite A, problemas de pele, dengue, acúmulo de lixo e poluição a céu aberto, aponta a pesquisa.

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