Junto há oito anos, um casal do Distrito Federal optou por uma entrada diferenciada para a hora de dizer “sim”: noivos, padrinhos e convidados desceram de parapente ao local do casamento. O ponto escolhido foi o Vale do Paranã, próximo a Formosa (GO), uma das principais rampas de voo livre do Brasil, procurada por causa das condições de voo e da beleza.
Na época em que Jorge Andrade e Janaína de França se conheceram, ele era instrutor da modalidade. O casal queria que a união ocorresse no ar. “A gente estava conversando. ‘Então vamos casar? Olha, seria interessante casar voando, já que a gente vive voando’”, disse o noivo.
Junto com os arranjos de flores, o altar e o convite, os noivos tiveram de providenciar equipamento suficiente para 30 voos – primeiro para os convidados e depois para os padrinhos.
A previsão de chuva não se confirmou, e às 15h o público começou a descer do céu, pousando em um campo aberto ao lado dos outros convidados. Todos chegavam já arrumados. Homens aterrissavam de terno e gravata e mulheres, de vestido e maquiagem.
Segundo a madrinha e analista de sistemas Priscila Saranto, apesar de voar de parapente, as convidadas não perderam a feminilidade. “A gente veio a caráter, [de] vestido, mas com a bota de voo, item de segurança imprescindível. E o resto, uma bagagem de emoção a mais.”
“Não imaginei que a emoção fosse tão grande, voar e estar junto dos amigos, né? E vendo meu instrutor casando com a minha monitora deixa a gente muito feliz, muito alegre. E proporciona uma união maior ainda para os nossos pilotos, que são amigos”, disse o comerciante Antônio Carlos Filizzola.
Na hora da descida dos noivos, Andrade saiu antes de Janaína para poder esperar por ela embaixo, mas a noiva acabou chegando antes dele. Ela não abriu mão do véu, grinalda e vestido branco.
“É muita emoção. Eu era maluca para voar. Saltando de véu, estava preocupada, mas foi muito gostoso. Ele é a panela e eu sou a tampa. Dá certinho”, brinca Janaína. Já o noivo resumiu o casamento como “perfeito”.