5 motivos para acreditar que nosso universo é uma realidade virtual

Você já deve ter parado para pensar que nosso universo pode ser uma realidade virtual. Entenda como isso poderia ser possível.

O realismo físico e a visão de que o mundo físico que vemos é real e existe por si só. A maioria das pessoas pensa que isso é óbvio, mas o realismo físico tem lutado com os fatos da Física já faz algum tempo. Os paradoxos que desafiavam físicos no século passado continuam desafiando os de hoje e as grandes esperanças depositadas na teoria das cordas e na supersimetria não estão chegando a lugar algum.

Contrastando com tudo isso, a teoria quântica funciona, mas as ondas quânticas que embaraçam, sobrepõem e então entram em colapso até um ponto são fisicamente impossíveis – elas devem ser “imaginárias”. Pela primeira vez na história, uma teoria do que não existe está prevendo corretamente o que existe – mas como pode o irreal prever o real?

O realismo quântico é a visão oposta – que o mundo quântico é real e está criando o mundo físico como uma realidade virtual. Os mecanismos quânticos conseguiriam prever os mecanismos físicos por serem seus geradores, seus “pais”. Os físicos dizendo que os estados quânticos não existem são como o Mágico de Oz dizendo a Dorothy “Não preste atenção naquele homem atrás da cortina.”

O realismo quântico não é a Matrix, onde o outro mundo que cria o nosso também é físico. Nem é uma ideia de cientista maluco ou um pensamento isolado, já que a virtualidade estava em jogo muito antes dos seres humanos aparecerem. Também não é como se um fantasma de outro mundo modificasse as coisas por aqui – nosso mundo físico é o fantasma. No realismo físico, o mundo quântico é impossível, mas no realismo quântico o mundo físico é impossível – a menos que ele seja uma realidade virtual – como mostram esses exemplos.

  • Nosso universo tem uma velocidade máxima

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Realismo físico: Einstein deduziu que nada viaja mais rápido do que a luz no vácuo e isso foi, posteriormente, considerado uma constante universal, mas não está claro o motivo. Atualmente, “a velocidade da luz é uma constante apenas porque é, e porque a luz não é feita de nada mais simples.”

Responder “por que as coisas não andam mais e mais rápido?” com “Porque não” dificilmente satisfaz alguém. A luz fica mais devagar na água ou no vidro e quando ela se move na água, dizemos que o meio é a água. Quando ela se move no vidro, dizemos que o meio é o vidro. Mas quando ela se move no espaço vazio, silenciamos. Como pode uma onda não fazer com que algo vibre? Não existe base física para a luz se mover no espaço, sem falar em definir a velocidade máxima possível.

Realismo quântico: Se o mundo físico é uma realidade virtual, é o produto do processamento de informações. A informação é definida como uma escolha de um conjunto finito, então o processo de mudança também deve ser finito e, dessa forma, nosso mundo se atualiza em um ritmo finito. Um processador de um supercomputador atualiza-se 10 quatrilhões de vezes por segundo e o nosso universo atualiza-se um trilhão de vezes mais rápido do que isso, mas o princípio é o mesmo. Como uma imagem na tela contém pixels e uma taxa de atualização, nosso mundo tem Distância de Planck e Tempo de Planck.

Nesse cenário, a velocidade da luz é a maior possível porque a rede não consegue transmitir nada mais rapidamente do que um pixel por ciclo – ou seja, a Distância de Planck dividida pelo Tempo de Planck, ou cerca de 300 mil km/s. A velocidade da luz deveria, na verdade, ser chamada de velocidade do espaço.

  • Nosso tempo é maleável

Realismo físico: No paradoxo dos gêmeos de Einstein, um gêmeo que viaje em um foguete próximo à velocidade da luz retorna um ano depois encontrará seu irmão como um senhor de 80 anos. Nenhum dos dois percebeu que o tempo corria diferentemente, nenhum deles perdeu nada, mas a vida de um está próxima do fim enquanto a do outro acabou de começar. Isso parece impossível em uma realidade objetiva, mas o tempo realmente retarda partículas nos aceleradores. Nos anos 1970, cientistas colocaram relógios atômicos em aeronaves ao redor do mundo para provar que eles rodavam mais lentamente do que outros sincronizados no chão. Mas como o tempo, o árbitro de todas as mudanças, está ele próprio sujeito a mudar?

Realismo quântico: Uma realidade virtual poderia estar sujeita ao tempo virtual, onde cada ciclo de processamento é um “tick”. Todo gamers sabe que quando um computador está ocupado demais e pesado ocorre o lag – o tempo do jogo fica mais lento devido à carga. Da mesma forma, o tempo no nosso mundo fica mais lento com velocidades ou corpos quase massivos, sugerindo que ele é virtual. Então o foguete com o gêmeo só envelheceu um ano porque aqueles foram todos os ciclos de processamento que o sistema, estressado enquanto se ocupava de mover a nave, pode ceder. O que mudou foi seu tempo virtual.

  • As curvas do nosso espaço

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Realismo físico: De acordo com a teoria da relatividade de Einstein, o Sol mantém a Terra em órbita curvando o espaço a seu redor. Mas como o espaço em si pode se curvar? O espaço, por definição, é onde o movimento ocorre, então para o espaço se curvar ele precisaria existir em outro espaço, o que é uma regressão infinita. Se a matéria existe em um espaço cheio de nada, esse nada se mover (ou curvar) é algo impossível.

Realismo quântico: um computador “ocioso” não está realmente ocioso, mas ocupado rodando um programa nulo. O nosso espaço poderia ser o mesmo caso. No efeito Casimir, o vácuo do espaço exerce uma pressão em duas placas próximas. A física atual diz que partículas virtuais saltam de lugar nenhum para causar isso, mas no realismo quântico o espaço vazio é cheio de processamento que teria o mesmo efeito. O espaço como uma rede de processamento pode apresentar uma superfície tridimensional capaz de se curvar.

  • Energia escura e matéria escura

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Realismo físico: A física atual descreve a matéria que vemos, mas o universo tem cinco vezes mais de uma coisa chamada matéria escura. Ela pode ser detectada como um halo em volta do buraco negro no centro da nossa galáxia que dobra suas estrelas mais proximamente do que sua gravidade permite. Não é a matéria que enxergamos já que nenhuma luz consegue detectá-la, não é antimatéria porque não há assinatura de raios gama e não é um buraco negro porque não há lente gravitacional – mas sem ela, as estrelas da nossa galáxia voariam soltas em puro caos.

Nenhuma partícula conhecida explica a matéria escura – partículas hipotéticas conhecidas como Partículas Massivas Fracamente Interativas (WIMPs, na sigla em inglês) foram propostas, mas nenhuma encontrada, apesar de se falar em super-WIMPs. Além disso, 70% do universo é energia escura e a física não consegue explicar isso também. A energia escura é um tipo de gravidade negativa, um efeito fraco espalhado pelo espaço que empurra as coisas para longe, o que aumenta a expansão do universo. Ela não mudou muito com o passar do tempo, mas algo flutuando em um espaço em expansão deveria enfraquecer gradualmente. Se ela fosse uma propriedade do espaço, então deveria aumentar na medida em que o espaço se expande. Atualmente, ninguém faz ideia do que ela seja.

Realismo quântico: Se o espaço vazio é um processamento nulo, então não é nada, e se ele estiver se expandindo, então novos espaços estão sendo acrescentados o tempo todo. Novos pontos de processamento, por definição, recebem dados mas não devolvem nada em seu primeiro ciclo. Então eles absorvem, mas não emitem, exatamente como o efeito negativo que chamamos de energia escura. Se novo espaço é acrescentado em um ritmo constante, o efeito não mudará com o tempo, então a energia escura é gerada pela contínua criação do espaço. O modelo também atribui matéria escura à luz em órbita ao redor de um buraco negro. Ela forma um halo porque a luz muito próxima do buraco negro é puxada para ele e a luz mais afastada consegue escapar da órbita. O realismo quântico não espera que alguma partícula algum dia seja encontrada para explicar a energia escura e a matéria escura.

  • Emaranhado quântico

Realismo físico: Se um átomo de césio lança dois fótons em direções opostas, a teoria quântica os “emaranha”, então se um estiver girando para cima, o outro girará para baixo. Mas se um estiver girando aleatoriamente, como o outro sabe instantaneamente como girar para de outro jeito, a qualquer distância? Para Einstein, a descoberta de que a medição do giro de um fóton instantaneamente define o giro do outro em qualquer lugar do universo era uma “ação fantasmagórica à distância”. O teste disso foi um dos experimentos mais cuidadosamente conduzidos, tipo como o teste definitivo da nossa realidade, e a teoria quântica estava certa mais uma vez.

Observar um fóton emaranhado faz com que o outro tenha uma rotação oposta – mesmo quando ele estiver longe demais para que um sinal viajando à velocidade da luz os conectem. A natureza poderia conservar o giro colocando um fóton para cima e outro para baixo de início, mas aparentemente isso é muito complicado. Então ela deixa eles girarem, aleatoriamente, de modo que quando mensuramos um, ele faz o outro ser oposto, ainda que isso seja fisicamente impossível.

Realismo quântico: nessa visão, dois fótons se emaranham quando seus programas rodam dois pontos em conjunto. Se um programa estiver girando para cima e outro para baixo, eles juntam os dois pixels não importa onde estiverem. Um evento físico reinicia cada programa aleatoriamente, deixando o código do giro oposto remanescente executar o outro pixel. Esta realocação de código ignora a distância, já que um processador não precisa “ir” a um pixel para alterá-lo, mesmo para uma tela enorme como a do nosso universo.

O modelo padrão da física envolve 61 partículas fundamentais com massa de dados e parâmetros de mudança. Se ele fosse uma máquina, alguém precisaria mexer em alguns botões corretamente para ligá-la. Ela também precisa de cinco campos invisíveis para gerar 14 partículas virtuais com 16 “cargas” diferentes para trabalhar. Você poderia esperar uma completude disso tudo, mas o padrão modelo não explica a gravidade, a estabilidade do próton, a antimatéria, cargas quark, massa e rotação do neutrino, dilatação, gerações de famílias ou aleatoriedade quântica – todos problemas críticos. Nenhuma partícula dá conta da energia escura e da matéria escura que compreende a maior parte do universo – e nenhuma partícula jamais dará.

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O realismo quântico reinterpreta as equações da teoria quântica nos termos de uma rede e um programa. Sua premissa, de que o mundo físico é a saída de um processamento, não o torna um falso, já que ainda existe um mundo real – ele só não é o que vemos. A engenharia reversa do mundo físico sugere que a matéria evoluiu da luz, como uma onda quântica permanente, então o realismo quântico prevê que a luz sozinha em um vácuo pode colidir para criar matéria. Em contraste, o modelo padrão diz que os fótons não colidem, então um teste definitivo da conjectura da realidade virtual é possível. Quando a luz, por si só, colide em um vácuo para criar matéria, o modelo de partícula é substituído por um baseado na informação processada. Veja este FAQ para questões recorrentes, entre aqui para mais detalhes ou ouça este episódio do podcast da Chronicle of Higher Education.


 

Este artigo foi republicado, parcialmente, com a permissão do Listverse. Para lê-lo na íntegra, em inglês, clique aqui.

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